A estratégia do Oceano Azul

A estratégia do Oceano Azul

O livro fala sobre estratégias de diferenciação de empresas em setores extremamente competitivos e de demanda saturada, como empresas “visionárias” conseguem se sobre sair nestes mercados.

O autor começa sua obra falando sobre o Cirque Du Soleil, que mesmo estando em um mercado decadente, extremamente competitivo, pois não compete unicamente com outros circos mas também com outras opções de lazer, como por exemplo cinemas, restaurantes e outros, a organização conseguiu dar a volta por cima e se tornar um cobiçado circo que atrai milhares de pessoas para seus espetáculos. Isto somente foi possível, pois o Cirque Du Soleil conseguiu criar um oceano azul.

Segundo o autor as empresas podem competir em dois oceanos:
Oceanos vermelhos: representam todos os setores hoje existentes. É o espaço onde a maioria das empresas competem entre si. Neste oceano, as empresas tentam superar suas rivais para abocanhar maior fatia da demanda existente, comprometendo suas margens.
Oceanos Azuis: exigem espaços setoriais que não são conhecidos, são inventados, criados para agregar maior valor aos clientes. A concorrência é irrelevante, pois é um setor novo, é uma estratégia de criação de valor diferenciada e existem poucos ou nenhum concorrente.

O autor afirma que com a globalização as empresas de setores diferentes competem entre si, as barreiras comerciais praticamente não existem, não existem fronteiras regionais ou de nações. A conseqüência disto é uma comoditização dos produtos e serviços, intensificação da guerra de preços e encolhimento de margens.

Desta forma diversos setores nascem e morrem em um ritmo extremamente acelerado.

Kim e Mauborgne (2005) fazem uma critica ao livro feitas para durar, citando o caso da HP que no livro é citada como uma empresa feita para durar devido sua excelência no sistema de gestão, através do qual consegue alcançar margens maiores. A critica de Kim e Mauborgne se refere ao fato de que a empresa estava em um setor que se encontrava em crescimento e por isto conseguia grandes margens e conseguiu sobreviver por tanto tempo e complementa dizendo que a empresa não possuía nem a maior margem do setor o que demonstra que a análise do livro feitas para durar é falha.

Kim e Mauborgne (2005) comentam sobre um estudo realizado por eles que afirma que não é a empresa nem o setor e sim “o movimento estratégico” que é a unidade de análise adequada para explicar a criação de oceanos azuis e sustentação de alto desempenho. Segundo os autores o “movimento estratégico” consiste em um conjunto de decisões e ações gerenciais que resultam em importantes produtos e serviços capazes de criar novos mercados.

Ainda neste estudo, os autores comentam que o que diferenciou os vencedores dos perdedores foi a maneira de encarar a estratégia. Os perdedores seguiram pela estratégia de oceanos vermelhos, buscando vencer a concorrência, enquanto os vencedores buscaram desenvolver oceanos azuis, criando novos mercados, que agregassem valor aos seus clientes, fugindo dos paradigmas criados pelo setor.

Kim e Mauborgne (2005) afirmam que inovação sem valor tende a ser movida a tecnologia, promovendo pioneirismo ou futurismos que talvez se situem além do que os compradores estejam dispostos a pagar. Enquanto que “a inovação de valor ocorre quando as empresas alinham inovação com utilidade, com preço e com ganhos de custos”. E complementam dizendo que a inovação em valor confronta o paradigma do trade-off valor-custo que afirma que a empresa precisa buscar competir em um mercado que consiga gerar maior valor agregado a um custo alto ou um baixo valor agregado a um custo baixo.

Kim e Mauborgne (2005) diz que a estratégia do oceano azul busca criar uma diferenciação através da diferenciação e baixo custo ao mesmo tempo.


Os 8 pontos-chave da estratégia do oceano azul

Para manter um crescimento sustentável e vantagens competitivas relevantes, cada vez mais as empresas se enfrentam em uma férrea competição que só traz como resultado um “mar de sangue”, apelidado de oceano vermelho. Veja agora por que algumas organizações estão usando uma outra forma de conseguir lucros e rentabilidade, a estratégia do oceano azul:

1. Uma estratégia baseada em dados e fatos concretos
A estratégia do oceano azul foi baseada em décadas de estudos e centenas de movimentos estratégicos que abordaram mais de 30 ramos industrias ao longo de mais de 100 anos.

2. É possível unir diferenciação e baixo custo
Os mestres e gurus da administração sempre disseram: você produz com qualidade diferenciada ou produz com baixo custo. Contrariando essa máxima, as estratégias de oceano azul buscam simultaneamente explorar os benefícios do baixo custo e da diferenciação. É um raciocínio de somar vantagens e não ter de optar por uma delas em detrimento da outra.

3. Ela “cria” um espaço inexplorado no mercado
O objetivo dessa estratégia de oceano azul não é acirrar a competição e derrotar seus adversários. A questão é tornar seus competidores irrelevantes ao se criar um novo limiar para o seguimento que se quer explorar, uma perspectiva totalmente nova.

4. Ela fornece poderosas ferramentas para entender as oportunidades
Para fugir da competição e se desenvolver em um oceano azul ainda inexplorado é preciso saber enxergar as oportunidades e como criar e desenvolver tudo isso.

5. Existe um passo a passo pronto a ser seguido

A estratégia deve ser baseada em 6 fronteiras a serem superadas e implementada por meio de 4 passos bem definidos e amplamente testados para se entender como transformar não-clientes em clientes.

  • As 6 fronteiras da estratégia do oceano azul: 
Examine os setores alternativos
Examine os grupos estratégicos dentro dos setores
Examine a cadeia de compradores
Examine as ofertas de produtos e serviços complementares
Examine os apelos funcionais e emocionais dos compradores
Examine o transcurso do tempo

  • Os 4 passos da estratégia do oceano azul: 
Despertar visual: Comparar sua empresa com os concorrentes e verificar o que deve ser alterado.
Exploração visual: Sair a campo para explorar as seis fronteiras, observar vantagens e que fatores se devem eliminar, criar ou mudar.
Feira de estratégia visual: Construir uma matriz de avaliação de valorcom base no que viu e pedir feedback de clientes, clientes de concorrentes e não-clientes.
Comunicação visual: Criar e distribuir perfis estratégicos em uma única página e apoiar apenas aqueles que permitem implementar a estratégia.

Veja um exemplo de matriz de avaliação de valor:




Para cada parâmetro deve-se avaliar o valor em cada concorrente

O Cirque du Soleil encontrou seu oceano azul abandonando algumas atrações circenses caras e práticas de preço desfavoráveis, focando em refinamento.

6. Ela maximiza oportunidades e minimiza os riscos
É possível testar a viabilidade comercial de suas ideias e depois refiná-las para fugir dos riscos e aumentar as possibilidades de sucesso por meio do chamado Teste de Ideias do Oceano Azul (TOA).

Exemplo de Teste de Ideias do Oceano Azul (TOA):





É preciso avaliar cada item (positivo ou negativo) para validar sua ideia

Fonte: http://pt.slideshare.net/luisbsoares/estratgia-oceano-azul-livro-resumo

7. Ela transforma a execução em estratégia
O processo bem definido e as ferramentas apresentadas estão disponíveis, são fáceis e intuitivas de entender, permitindo uma implementação efetiva e apoiada no conhecimento coletivo da companhia.

8. Uma estratégia que mostra um resultado ganha-ganha
Por ter uma visão integrada, a estratégia mostra como alinhar valor, lucro e pessoas para assegurar que sua empresa está convencida da efetividade da aplicação das novas diretrizes estratégicas.



Comentários